No dia 24 de abril de mil novecentos e cinquenta e seis fui nomeado Pároco da Freguesia de Correntina e encarregado do Curato de Santa Maria da Vitoria, porque os Freis Carmelitas tinham deixado as duas paróquias que estavam aos seus cuidados. No dia vinte de junho, às 10h da manhã, cheguei pelo avião do Vale do São Francisco em Correntina. Encontravam-se no campo, a comissão da festa do Divino e do Rosário, o Sr. Pedro Guerra, representando o Exmo. Sr. Prefeito e alguns correntinenses para a recepção do novo vigário. Após ter cumprimentado a todos, fomos para a casa paroquial. O Sr. Pedro Guerra deu algumas explicações sobre a possibilidade de residência. Escolhi a casa Paroquial, perto da fazenda, em vista das atividades do futuro seminário. Em seguida, tratei com os festeiros sobre as festas do Divino e do Rosário. Uma prova que a Paróquia sofreu as consequências da saída dos Freis Carmelitas, é que, logo após o almoço, surgiram muitas pessoas para tratarem de casamentos, batizados e confissão de doentes. A noite procedi a novena do mês do Sagrado Coração. No dia 21, encontrei na Sacristia, paramentos velhos e deixados a muito tempo. Idem, utensílios do altar. No dia 22, recebi os livros da fazenda e administração paroquial das mãos do Sr. Pedro Guerra. De 21 até 23, houve tríduo, pregação e confissão em preparação para as festas do Divino e do Rosário, encerrando cada vez com a benção solene. Domingo, dia 24, a festa do Divino foi celebrada grandiosamente. Foi uma satisfação para o povo, de ter três missas, neste dia, após ter perdido tantas missas durante a ausência dum vigário.

Às nove e trinta horas da manhã, realizou-se a cerimônia de tomada de posse. Numa prática, procurei mostrar o dever do pároco e dos paroquianos. A submissão de ambos às autoridades eclesiásticas, sobretudo o Bispo Diocesano. Pedindo cooperação a todos para a grandeza espiritual e material da Paróquia, encerramos a solenidade. Em seguida, começou a missa cantada. Antes da pregação, lia carta circular de sua Excia. Dom João Muniz, aos paroquianos de Santana, Correntina e Sta. Maria. Após a missa do Divino, houve muitos batizados e casamentos. À tarde, com uma belíssima Procissão, pregação e benção solene, terminou a festa tradicional em honra ao Divino. Em seguida acompanhei, com alguns paroquianos, o imperador de mil novecentos e cinquenta seis para assistir a entrega da coroa do imperador escolhido de 1957. Na ausência dum delegado eclesiástico, escolhi de acordo com a Pastoral Coletiva, uns leigos para me acompanhar durante a cerimônia de posse. Li a ata da posse e realizou-se as formalidades prescritas. Segue ata: Ata de posse do muito Revdo. Pároco, André Frans Bérénos. 

Aos vinte e quatro dias do mês de junho do ano de 1956 pela nove e meia horas da manhã nesta matriz Nossa Senhora da Gloria, desta freguesia de Correntina, sendo aí na qualidade de delegado de S. Excia. Revdo. o Sr. Dom João Muniz, Bispo desta Diocese de Barra do Rio Grande, em minha presença compareceu, acompanhado das testemunhas abaixo assinadas, o Revma. Padre André Frans Bérénos, Pároco desta freguesia, nomeado por provisão de Sua Excia. Revma., de vinte e quatro de abril de mil novecentos e cinquenta e seis e em ato seguido procede a leitura da provisão, e introduzi na posse desta freguesia, observando o cerimonial prescrito, sem que houvesse contestação alguma. E para constar, lavrei esta ata que assino com o novo pároco e testemunhas.

No dia 25 de junho, a festa do rosário foi celebrada com a mesma pompa e as mesmas solenidades com a diferença que as associações, traziam esta vez os seus distintivos. Com vivas palmas, Nossa Senhora foi aclamada e colocada no lugar de honra na matriz. No dia 26, realizou-se uma reunião do coral. Resolvemos fundar aulas de músicas a fim aumentar mais a cultura musical.